Lockdown: problema ou solução

A pandemia da Covid-19 nos trouxe a capacidade inventiva e inovadora de políticos para lidar com a crise sanitária e revelar seu autoritarismo disfarçado de preocupação com vidas: os Lockdowns. Trata-se de algo jamais visto na história, nem mesmo diante de epidemias que possuíam poder de letalidade muito mais aterrorizante.

O efeito deletério disso é inexorável. Com a atividade produtiva em estado proibitivo e pessoas com seu direito de ir e vir restringido, é ululante que aqueles que não têm capacidade viável de se reinventar sofreriam com os impactos da ausência da entrada de receitas durante esse período, tornando praticamente impossível, diante das incertezas, sustentar suas despesas.

Afinal, a incerteza nunca foi terreno fértil pra realização de negócios.

A classe mais pobre, sendo a mais economicamente vulnerável, é a primeira a sentir esses efeitos funestos, tendo que conviver com uma nova realidade devido à incapacidade de arcar com suas receitas. A população de rua aumentou, a dignidade evaporou e o cenário de fome torna-se comum nas grandes cidades.

Segunda a própria OMS, os lockdowns não são soluções sustentáveis por causa de seus impactos econômicos, sociais e de saúde mais amplos.
Por fim, o que a empiria revela é – e aqui há método científico – que os lockdowns serviram pra alastrar pobreza, espalhar falências e consolidar o maior programa de transferência de renda da história humana, onde os multimilionários ficaram mais milionários e a classe média está quase sendo jogada no vale da pobreza.

Não se trata de não pensar em conter a pandemia, e sim em defender que as medidas tomadas sejam viáveis e eficientes em todos os sentidos, sem afetar a capacidade produtiva e geradora de renda das pessoas.

Não é negacionismo, é o reconhecimento de que, caso as medidas restritivas sejam mantidas, a crise econômica será um risco maior que o vírus a todos.